
Episódio 1: O violino do Bensaude
“Bensaude fez a sua formação no exterior e, quando regressou a Portugal defendeu um conjunto de ideias, em termos de ensino, bastante disruptivas na altura e que inclusivamente lhe causaram alguns dissabores entre os colegas que não estavam habituados a ideias tão progressistas. Defendia que a formação técnica se faz pela prática, ou seja, com as mãos nas coisas”. Foi com as próprias mãos que Bensaude construiu os seus violinos, um detalhe que Rogério Colaço considera profundamente simbólico. “É que faz parte da matriz de formação do Técnico, ao longo de mais de um século: a formação pela prática. Os nossos alunos têm que ter acesso a laboratórios, a empresas, e isso vem desde o tempo do Bensaude. O saber é indissociável do saber fazer”.
E a qualidade o objeto? “Não está mal mas não é assim nada de especial”, brinca Christian Bayon, violeiro profissional e fabricante de violinos e violoncelos. Segura o violino número 3 com as próprias mãos, enquanto o avalia: “É um violino com história, feito por uma pessoa importante para o país”. “É um trabalho de amador muito bem feito, de acordo com as regras. É uma pessoa que se informou, feito com métodos profissionais”, complementa.
Construído em 1904, estimado uma vida inteira, e tocado pela última vez em 2011, o violino n.º 3 de Alfredo Bensaude apresenta a sua história no 110.º aniversário do Instituto Superior Técnico. A música que se ouve ao longo do episódio foi tocada pela jovem violinista Maria Madalena Lopes, que nasceu em 2005… 101 anos após a data de construção deste violino.
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Site Alfredo Bensaude – Vida e Obra (1856 – 1941)
- Agradecimentos:
Rogério Colaço (Presidente do Instituto Superior Técnico)
Christian Bayon (Violeiro)
Maria Madalena Lopes (Violinista, Aluna do Conservatório NacionalOuvir também em: Spotify | Apple Podcasts | Achor.fm