Episódio 3: A Bola de Rugby do Técnico

O ano também pode ser de festa. O escudo de campeão nacional de rugby foi erguido pelos jogadores do Técnico, pela terceira vez na história, no dia 29 de maio de 2021. Aconteceu 23 anos depois da última conquista e quase 60 desde a fundação da agremiação (1963). É apenas a mais recente história que este clube, com ligações intermináveis ao Instituto Superior Técnico, tem para contar. No início era simples: todos os jogadores eram estudantes do Técnico. Nos dias de hoje essa matriz ainda está bem presente. No plantel campeão de 2020/2021 mais de um terço dos jogadores estudam ou foram formados na Instituição. Um dos muitos motivos que nos levam até ao objeto de hoje: a bola de rugby do Técnico, personalizada, que se encontra em destaque no gabinete do Presidente da Escola.

“É o símbolo de ligação do clube ao Instituto Superior Técnico. Nós somos Técnico, aquilo é o nosso berço, nós nascemos ali. Aliás, as primeiras camisolas tinham escrito pura e simplesmente “IST”. É uma relação que não se pode apagar nunca”, defende Pedro Lucas. É antigo aluno de Engenharia Civil do Técnico e atual Presidente do Clube de Rugby do Técnico (CRT). Foi também jogador do clube e despediu-se da modalidade da melhor maneira, conduzindo a equipa à vitória na final da Taça de Portugal, em 1994, na qualidade de capitão e treinador da equipa. Uma memória bem diferente da que viveu no Barreiro, no início da sua carreira: jogo da Taça de Portugal, um campo pelado, ligeiramente inclinado e com a uma linha férrea a menos de dez metros, sem qualquer proteção. Num lance, acabou por cair na linha de comboio e teria de ser salvo pelos colegas. “Vieram dois a correr e a puxarem-me para o lado. Nós saltámos de lá e passou um comboio logo a seguir. Nos tempos de hoje era uma coisa absolutamente inimaginável”.

A bola simboliza também o número imensurável de “Engenheiros” que levaram e levam o nome do Técnico aos estádios de todo o país. Como José Bento dos Santos que integrou, ainda nos anos 60, a primeira equipa de juniores do CRT – que ganhou o primeiro campeonato nacional da categoria – e nunca jogou por outra equipa. Ou como Martim Martinho, formado em Engenharia Mecânica e um dos capitães da equipa campeão de 2021, que nos explica o lema da equipa também conhecida como “Engenheiros” ou, menos formalmente, como “Mabecos”: “Placar, Marcar e Ganhar. Se fizermos as duas primeiras bem, vamos alcançar o objetivo, que é ganhar”.

Ganhar para o Clube significa também manter o espírito de “uma escola de vida e de valores sólidos como a amizade, o espírito de equipa e a vontade de lutar contra todas as adversidades”. Dinamiza todos os escalões de formação (e em todos já se sagrou campeão) e uma equipa feminina (até aos 14 anos) e abre a porta a todos os que queiram praticar a modalidade. São cerca de 300 atletas, no Campo das Olaias (Lisboa), sede do clube desde 1993, a apenas 1,5 km do Gabinete do Presidente do Técnico, onde a bola de rugby expõe a história de um vínculo incontornável. Ainda hoje, o Clube de rugby do Técnico compete no campeonato nacional com o nome “AEIST”, acrónimo de Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico.

“O campeão voltou!”. Em 2021, após 23 anos de espera, o equipa de rugby do Técnico voltou a sagrar-se campeã nacional da modalidade. Apenas a mais recente história das muitas que “A bola de rugby do Técnico” nos ajuda a contar neste ano em que se celebra o 110.º aniversário do Instituto Superior Técnico. Peripécias, histórias de luta e de uma relação interminável entre o Técnico e uma equipa de rugby no terceiro episódio do Podcast “110 Histórias | 110 Objetos”.

 

Palmarés (séniores):
Masculino:
– 3 Campeonatos Nacionais (1981, 1998, 2021)
– 4 Taças de Portugal (1969, 1971 1973, 1994)
– 1 Supertaça (1994)

Feminino*:
– 1 Campeonato Nacional (2010)
– 1 Taça de Portugal
– 1 Campeonato Nacional de Sevens (2012)
– 2 Taças de Portugal de Sevens (2013, 2015)
* Atualmente sem equipa senior a competir

Ouvir também em: Spotify Apple Podcasts | Achor.fm

Categorias