Episódio 74 – O mural do Técnico

Começou por ser pensada como obra temporária para promover um evento organizado por estudantes, mas leva já mais de sete anos exposta no campus da Escola no Taguspark (Oeiras). É uma pintura em tela, datada de 2015, da autoria do artista plástico Fidel Évora Tavares, e tem quase 10 de metros de altura. Bebeu inspiração em temas que remetem para a “inteligência artificial, o ser humano e a consciência”, nas palavras do seu autor, que descreve a peça assim: “Vemos uma pessoa, uma figura bastante feminina, apesar de não ter nenhum traço feminino, que está a contemplar algo… “. Pretende refletir, por exemplo, “se as máquinas podem ser pessoas, ter género ou não ter” e absorveu também uma linguagem visual inspirada em textos sobre poesia e matemática.

É hoje um objeto incontornável na paisagem do edifício e as suas cores destacam-se entre as plantas do jardim interior do campus do Técnico no Taguspark. Surgiu de um convite Carla Costa, responsável pelo serviço de Apoio ao Estudante no Taguspark, que procurava uma forma original de promover a SET – Semana Empresarial e Tecnológica, organizada pelo grupo de estudantes LAGE2 – Laboratório de Apoio à Gestão Actividades Extracurriculares dos Estudantes. “Pensámos: por que não fazer uma tela a juntar a street art à engenharia e colocar o Fidel a pintar uma tela para o Técnico?”, recorda. Na semana anterior à SET, o artista montou a tela e começou a pintar a obra perante o olhar da comunidade do Técnico. Nascia assim uma versão muito mais ambiciosa do que a pensada inicialmente. “Na altura não era para ser nada assim, era uma coisa pequena. Mas decidimos que eu podia aplicar-me um bocadinho mais e fazer uma peça que ficasse aqui no Técnico”, conta Fidel Évora Tavares.

Carla Costa vê na obra “o futuro”. “Se reparar nos olhos do personagem, ele está a olhar para o futuro e para aquilo que aí vem, o que vai ser o nosso mundo daqui a uns tempos”, aprofunda. E desde 2015 muita foi a cultura que veio trazer ao campus do Técnico no Taguspark um estreitar de relações entre “o mundo da arte e o mundo da engenharia e da tecnologia”. Exemplo disso são as exposições e manifestações artísticas que têm sido destacadas pelo evento Viver a Cultura @ Tagus. O campus tem sido inundado por workshops de música, dança e exposições de artes visuais. “Temos vários estudantes que fazem coisas maravilhosa e expomos esses trabalhos”, resume Carla Costa.

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